Cena 1: Uma mulher apela para o colunista depois de encontrar maconha com seu filho de 15 anos. Dá o nome do traficante e local onde costuma atuar. Ligo para o delegado Gustavo Barcellos, que avisa que o elemento já foi preso anteriormente, e que foi solto por falta de vagas para criminosos gramadenses em Canela, um problema crônico. Pede para que a mãe faça uma ocorrência. Depois de comunicada, a mãe se recusa a seguir a orientação, com medo de represálias.
Cena 2: Há 21 anos no colunismo regional, já perdemos a conta de telefonemas e e-mails apontando irregularidades no serviço público, ou sugerindo mudanças de atitude, pedindo para que seus nomes fossem preservados. Por isso, na maioria das criticas ou sugestões, a coluna evita citar o nome dos autores.
Nos dois casos, fica evidente o medo das pessoas em exercerem direitos básicos de cidadania. Em que momento o medo tomou conta dos gramadenses? A ditadura militar após o Golpe de 1964 explica muita coisa. Mas não justifica.