Sobre a discussão do grau de complexidade dos pacientes da UTI do Hospital São Miguel, um empresário envia um relato mostrando como a burocracia e a má vontade podem, literalmente, matar. Em dezembro de 2010, um homem, de 45 anos, sem plano de saúde particular, teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) grave, necessitando com urgência de cirurgia. Segundo o empresário, o hospital teria condições de fazer a cirurgia, mas o pagamento deveria ser antecipado, ficando o valor (entre médico e hospital) em R$ 30 mil. Esse valor poderia aumentar, dependendo do tempo de permanência do paciente na UTI.
Naquele momento, a UTI do Hospital Pompeia, em Caxias do Sul, também estava lotada, e o Ministério Público foi acionado para que o procedimento fosse realizado em Gramado. Nesse intervalo de tempo, o hospital gramadense informou que havia surgido uma vaga em Caxias. O paciente foi transferido para lá, e a remoção agravou ainda mais o seu estado. Chegando lá, não havia a tal vaga na UTI e, depois de duas horas na maca, o homem foi levado para uma cirurgia de seis horas. Mais alguns dias se passaram e ele veio a falecer.