Saneamento custa muito caro. É preciso investir milhões para que Gramado deixe o patamar de menos de 10% do esgoto tratado. Mas também é necessário que a população abandone a convicção de que a água da chuva limpa tudo, seja quando faz a ligação do esgoto com a rede pluvial, ou quando instala uma fossa na residência. São antigas práticas, totalmente dessintonizadas da necessidade de sermos modelo turístico. Com o terreno rochoso de Gramado, a terra acaba não absorvendo os esgotos, que acabam indo para as partes mais baixas da cidade, onde estão os recursos hidrícos, como rios e riachos.
É bom lembrar que para efeitos de saneamento, Gramado não é uma cidade de 34 mil habitantes, como apontam os dados do IBGE. Com uma rede hoteleira com quase 10 mil leitos e vários moradores de final de semana, além daqueles que fazem o bate-e-volta sem dormir na cidade, é preciso considerar uma população acima de 45 mil pessoas.