Nos anos 70, prefeito que era prefeito no interior do Rio Grande do Sul tinha que ter uma foto sua falando ao telefone. Representava a modernidade do mandatário, que estava ligado ao mundo. Na década seguinte, uma nova regra de marketing político surgiu como vício: as fotos do prefeito deveriam mostrá-lo visitando uma obra e apontando um determinado lugar para um secretário ou assessor. Dava a ideia de que o mandatário estava atento às obras mais importantes fiscalizando de perto a sua execução.
O problema é que a moda marqueteira dos anos 80 persiste como praga entre os políticos. O prefeito Nestor Tissot (PP) seguidamente é visto apontando o braço para o horizonte. Mesma estratégia do prefeito Cleo Port (PP), de Canela, que recentemente chegou ao recorde de três fotos em uma mesma página de jornal, apontando para o horizonte, posando em frente a uma ponte e olhando para uma contenção de barranco. É de se perguntar: será que as assessorias não têm um método mais criativo de mostrar as obras realizadas pelas Prefeituras?